Senado não é sabujo de Bolsonaro

Causa perplexidade a descarada torcida  de alguns analistas pela aprovação do ex-escrivão da Polícia Federal, Eduardo Bolsonaro para embaixador do Brasil nos Estados Unidos.  Alegam, sem nenhum constrangimento, "que há poucas possibilidades dos senadores recusarem um pedido pessoal do presidente". Completam impávidos a sabujice: "A crise  aberta teria proporções imagináveis". Que crise? Bolsonaro fecharia o Congresso? Mandaria tanques de guerra para a Esplanada dos Ministérios? Aumentaria a inflação? O real perderia o valor? Secaria o Rio Amazonas? Francamente. O  senado nunca teve vocação de mero carimbador das decisões do Executivo. Exige respeito. Os senadores eleitos na esteira da trombeteada nova política, não podem nem devem servir de pasto para sandices do Chefe da Nação.Têm responsabilidades com o pais e com os brasileiros. As duas votações são secretas: na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional e no plenário. O presidente do senado, Davi Alcolumbre, em momento de lucidez, pediu "cautela".