segunda-feira, 17 de maio de 2021

Ataques de nervos

Tolice esconder a realidade: a CPI da Covid além de investigar omissões, falhas e irregularidades do governo no combate a pandemia, é, também, preliminar da disputa presidencial entre Bolsonaro e Lula. Não tem para mais ninguém. Não brigo com fatos. Pelos depoentes já ouvidos e diante das investigações que vão se aprofundando, o atual placar do jogo é amplamente favorável a Lula. O presidente, o vice-presidente e o relator da comissão, mostram isenção. Agem com lisura. Não são crianças. Levam pedradas, mas têm o couro duro. Por seu turno, senadores governistas estão tontos. Sem munição suficiente para retrucar acusações e revelações. Que crescem como bolas de neve. Diante do cenário político desastroso que se avizinha, para si e para o governo, Bolsonaro parte para o  ataque. Com agressões e xingamentos ao relator e à própria CPI.  Inclusive em Alagoas. Estado e reduto político de Renan Calheiros. Onde o filho é governador. O objetivo do chefe da nação é intimidar e enfraquecer o trabalho do senador do MDB. Se puder, arrancá-lo da relatoria. Calheiros é declarado aliado político de Lula. Destrambelhado, Bolsonaro já mandou o filho senador também provocar e escoicear Calheiros. Fantoche de luxo do Palácio do Planalto. Quanta besteira, Manuel Bandeira. Política equivocada, superada e desastrada. Pai e filho fazem política com o fígado e não com o cérebro. Bolsonaro mostra que pouco ou quase nada aprendeu nos 25 anos que passou no Congresso, como deputado federal. Por sua vez, Lula igualmente tem recebido duros insultos de Bolsonaro. Macaco velho, Lula não passa recibo. Os desatinos de Bolsonaro crescem, na medida que Lula amplia vantagem, segundo pesquisas do DataFolha. Bolsonaro que trate de mudar o foco vesgo e ensandecido de fazer política e comece a cuidar da sua tábua de salvação, o famoso e imaculado Centrão. Sem perder de vista que o Centrão já foi parceiro amoroso de Lula e Dilma. O Centrão é volúvel e guloso. Seus membros odeiam dieta. Apoia e mostra-se fiel a quem oferece mais vantagens. De volta à cena política o articulado Eduardo Cunha, responsável por colocar em votação, na Câmara, o pedido de impeachment de Dilma. Enfraquecendo o PT e elegendo Bolsonaro. No canal CNN, já deu ácidas cutucadas na CPI e no relator Calheiros. Cunha tornou-se o mais novo amigo de infância de Bolsonaro. Quer a todo custo mostrar serviço e tentar eleger-se deputado federal pelo Rio de Janeiro. À custa de Bolsonaro. 

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