quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

"O FANTASMA DE BOLSONARO" - Fórum Estadão 26/01/21

Por mais que o Messias por correspondência mereça o absoluto desprezo dos homens de bem, não há como deixar de registrar as parlapatices do chefe da Nação. Portanto, vamos a elas. Desprezava a debochava da vacina Coronavac. Jogava toda sua colossal ira contra as providências do governador João Doria. Sabotava e ainda sabota, na Anvisa (antro de sabujos), todas as solicitações de Doria através do Instituto Butantan. Decidiu, de vez, politizar a vacinação. Atrasando tudo. Preferindo adotar postura de omisso e insensível. A população sofre, se angustia, à espera de quantidade suficiente de vacinas para imunizar, pelo menos, 75% da população, pelos cálculos dos especialistas. O Brasil está nas mãos de incompetentes. Nada anda. Nada avança. O ministro da Saúde, coitado, é um subalterno pernóstico. Trata repórteres como se fossem recrutas do Exército. O povo que se lasque. Morram todos, parecem torcer Bolsonaro e áulicos. Por ora já morreram mais de 217 mil brasileiros. Desde o início da pandemia, lá se vai um ano, Bolsonaro passou a ter pesadelos com João Doria. Antecipou, por conta própria e completa irresponsabilidade, o jogo político de 2022. Politizou a vacina. Botou na cabeça oca que Doria é adversário forte nas urnas. Nisso acertou. Mas precisa trabalhar pela coletividade. Tentar recuperar o tempo perdido. Tratar as pessoas com civilidade. Aceitar o contraditório. O Brasil, mesmo depois da pandemia, continuará com imensos problemas. O desemprego aumentando. A miséria humilhando milhões de famílias. Se o governo não retornar com o auxílio emergencial, o Brasil enfrentará um caos social nunca visto. O quadro será cruel. Famílias roubando mercados e catando restos de alimentos nas latas de lixo. O governador paulista saiu na frente, disparado, na maratona pela vacina. Faz excelente trabalho a favor dela. Tem, assim, com méritos, a honra histórica de vacinar a primeira cidadã no Brasil. Foi vacinada, aos olhos da mídia mundial, a enfermeira Monica Calazans, que cuida de pacientes com covid-19. Birrento, Bolsonaro não vacina ninguém. Garante que não tomará a vacina. Se acha um super-homem. Francamente, melancólico Bolsonaro. Perde boa oportunidade de mostrar desprendimento de atitudes. Pelo menos por alguns momentos. Agora, faz o diabo para eleger dois serviçais para as presidências do Senado e da Câmara. Sabe que assim conseguirá estancar os processos de impeachment contra ele. Mas até as pedras das ruas sabem que a casa está caindo. 

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