quarta-feira, 15 de julho de 2020

Querem o couro do Gilmar

Na falta melhor do que fazer pela coletividade, o governo Bolsonaro alimenta, com admirável fervor cívico, campanha de protesto contra o ministro do STF, Gilmar Mendes, por declarar que o ministério da saúde, em quadra perigosa da pandemia do covid-19, não poderia, jamais, ser ocupado por um general. É perda de tempo. É gestão de enxugar gelo. Está formada a pantomima contra Mendes. Tanques, canhões, bazucas, aviões, submarinos, todos a postos contra o enfático Gilmar Mendes. Os agora desafetos do ministro do STF pretendem, a meu ver, é jogar magistrados da Suprema Corte, conta a opinião pública. Tática patética, medonha e desprezível. Choram pitangas contra Mendes na tentativa de desviar o foco das atenções para problemas infinitamente mais graves que assolam o Brasil. O imoral desmatamento é um deles. Envergonha o mundo. A maneira desastrada como o governo tirou dois médicos da chefia do ministério da saúde, também foi melancólica. Os generais querem tirar o couro do ministro Gilmar. Não vejo, nem com telescópio da Nasa, onde Gilmar teria ofendido as briosas e patrióticas Forças Armadas. Se Mendes soubesse que suas declarações causariam tantas mágoas e choradeira, deveria ter desenhado: em tempos da pandemia, o correto seria o ministério da Saúde ser comandado por um médico. Por um profissional do ramo. Médico sanitarista, por exemplo. Em nenhum país, nesta quadra sombria, o Ministério da Saúde é comandado por um general. Nessa linha, portanto, o Brasil colocou no Ministério da Saúde o homem errado no lugar errado. Por mais condecorações que ostenta com orgulho. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário