Há
60 anos presente em todos os cantos do país, o movimento das Associações de
Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) foi elogiado pelos senadores em sessão
especial do Plenário do Senado. Requerida pela senadora Ana Amélia (PP-RS) e
apoiada por outros senadores, que defenderam a atuação do movimento na educação
das pessoas com deficiência, a sessão contou com a apresentação do Coral do
Senado e com a declamação de poesia de um aluno da Apae, Alexandre Lemos. O
movimento é uma grande rede constituída por pais, amigos, pessoas com
deficiência, voluntários, profissionais e instituições parceiras - públicas e
privadas - para a promoção e defesa dos direitos da pessoa com deficiência e a
sua inclusão social. A primeira iniciativa do grupo ocorreu no Rio de Janeiro
em 1954, quando foi criada a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
(Apae), liderada por Beatrice Bemis, membro do corpo diplomático americano e
mãe de uma criança com Síndrome de Down que, com outras famílias, vivia o drama
de não encontrarem escolas para os filhos. O objetivo do movimento, entre
outros, é garantir a escola especial como escola de fato e direito, por isso
inclusiva, do ponto de vista do acolhimento à diversidade; a parceria do poder
público com as instituições filantrópicas regularmente constituídas para que
seja garantida a política inclusiva e o apoio à profissionalização e à inclusão
no mercado de trabalho dos jovens com deficiência intelectual e múltipla. Atualmente,
o movimento reúne a Federação Nacional das Apaes, 23 federações estaduais e 2
mil Apaes distribuídas em todo o país, que propiciam atenção integral a mais de
244 mil pessoas com deficiência.
Superação e
Inclusão
A
senadora Ana Amélia citou vários exemplos de inclusão promovida pelas Apaes.
Entre eles, uma parceria com a Biblioteca do Senado Federal desde 2010, em que
oito alunos fazem a higienização dos documentos e livros, garantindo a
manutenção do acervo. Lembrou que no Rio Grande do Sul existem mais de 200
Apaes.
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Na cidade onde nasci, Lagoa Vermelha, a Apae é chamada de Escola de Educação Especial
Cantinho da Esperança - olha que nome bonito! - foi fundada em 3 de julho de
1980, conta com 110 alunos, e atende também alunos de Capão Bonito do Sul --
contou a senadora.
Ana
Amélia citou ainda a produção do primeiro longa-metragem brasileiro
protagonizado por três atores com Síndrome de Down. O filme Colegas, exibido em
2013, foi dirigido por Marcelo Galvão. A história mostra as aventuras de três
jovens entre o interior de São Paulo e Buenos Aires, na Argentina, em busca da
realização de seus sonhos. Segundo a senadora, o Movimento Apaeano é o maior
movimento filantrópico do país e um exemplo de dedicação e trabalho para a
inclusão social.
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É um dos melhores exemplos de um voluntariado que junta a família, junta os
amigos, junta a sociedade numa causa comum, que é a causa da inclusão --
afirmou Ana Amélia.
Plano Nacional de
Educação
A presidente da Federação Nacional das Apaes, Aracy Maria da Silva Ledo, ressaltou que a inclusão, tão falada e defendida atualmente, muitas vezes é apenas alvo de "jeitinho" ou é feita "da boca para fora". Por isso, Aracy destacou a força do movimento Apaeano, que fez muita pressão durante a tramitação do PNE no Senado..
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Na hora da briga, superlotamos essa plenária porque sabemos onde queremos
chegar -- declarou.
Ana
Amélia ainda elogiou o ex-senador Flávio Arns, do Paraná, a quem ela atribuiu
contribuição decisiva na argumentação para que o PNE fosse aprovado sem a
extinção das Apaes no Senado, no ano passado. A senadora gaúcha citou
ainda outras pessoas que lutam pelos direitos das pessoas com deficiência, como
o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), pai de uma menina com Síndrome de Down; o
senador Wellington Dias (PT-PI), pai de um menino autista; o deputado federal
Romário (PSB-RJ), que também tem uma filha com Síndrome de Down; e a deputada
Mara Gabrili (PSDB-SP), que é cadeirante.
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