Cerimônia aconteceu na noite desta sexta-feira, no Riocentro
Por Said Barbosa Dib, com informações do Portal R7, do Portal iG, e do site oficial da Rio+20
A cerimônia em comemoração aos 20 anos da "Rio 92", nesta sexta à noite (15), no Riocentro, virou referência para que as nações assumam compromissos mais ambiciosos na Rio+20. O secretário-geral da Rio 92, o canadense Maurice Strong, e o senador Fernando Collor de Mello, presidente do Brasil à época da conferência, trocaram rasgados elogios mútuos durante o evento. Em pelo menos duas ocasiões, Strong se referiu a Collor como "meu chefe" e disse ter tido "o prazer de trabalhar sob seu comando". "Não poderia ter sido um presidente melhor naquela época”. Maurice Strong foi aplaudido de pé após criticar a falta de iniciativas civis e governamentais de seu próprio país. “Estou impressionado com a liderança do Brasil, mas esse não é o momento só de celebração. Estamos mais longe de um curso adequado do que há 20 anos. Há uma enorme lacuna entre a política e a ciência. Houve bons exemplos, mas em geral, não. O meu próprio país não é um bom exemplo”. Para o ex-presidente Collor, o fato de metas não terem sido atingidas nas últimas duas décadas não impede que a Rio+20 almeje um planeta mais ambientalmente saudável. O senador Fernando Collor criticou, ainda, a ausência de alguns chefes de Estado na Rio+20. "Eu acho uma covardia a ausência de alguns líderes que anunciaram que não vão vir. Essa conferência trata do futuro da humanidade", disse o ex-presidente. Ao falar com jornalistas, Collor fez referência aos líderes dos Estados Unidos, Barack Obama, da Alemanha, Angela Merkel, e do Reino Unido, David Cameron, que já confirmaram que não virão ao Rio de Janeiro para participar da reunião dos chefes de Estado. Após receber elogios do ministro Antonio Patriota e de representantes da ONU, Collor disse que espera que haja consenso das nações sobre a promoção do desenvolvimento sustentável. "A agenda da Eco92 foi muito ambiciosa. O nosso desejo, pelo que vejo, é a vontade do governo brasileiro que possamos manter o elevado nível das nossas ambições na Rio+20. Não podemos retroagir". Também demonstrou otimismo quanto aos rumos da negociação. "Tenho certeza que alcançaremos o consenso necessário para que possamos oferecer ao planeta um comunicado final que esteja a altura das expectativas da comunidade mundial", completou. Estavam presentes o Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira e o Secretário-Geral da Rio+20, Sha Zukang, além dos co-presidentes do Comitê Preparatório da Rio+20, John Ashe e Sook Kim.
Em sua apresentação, o Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, lembrou que a Rio 92 lançou bases conceituais e políticas inovadoras que viriam a pautar as futuras discussões sobre o desenvolvimento sustentável e inclusão social. O Embaixador reforçou a importância de buscar inspiração no passado para dar passos à frente com a Rio+20. “Essa celebração é uma chamada à ambição e uma lembrança daquilo que pode ser alcançado quando os grandes líderes trabalham em conjunto”, afirmou. Fernando Collor de Mello lembrou que os momentos e os objetivos das duas conferências são distintos, mas o espírito deve ser o mesmo. “Temos que manter elevado o nível dos nossos objetivos. Não podemos retroceder”, insistiu. Maurice Strong foi ainda mais contundente: “Hoje ainda existe uma lacuna enorme entre a ciência sobre sustentabilidade e a política. Temos a obrigação de aproximá-los. Essa é uma conferência sobre o futuro da nossa civilização”, afirmou. As declarações de Collor e Strong levaram o Secretário-Geral da Rio+20, Sha Zukang, a pedir união em prol de objetivos comuns ao desenvolvimento sustentável. “Que essa celebração sirva para nos reenergizar. O espírito da Rio 92 pode nos revigorar e nos levar ao caminho que tanto almejamos”, afirmou, antes de encerrar com uma mensagem otimista. “Quando as nações trabalham em harmonia, coisas grandiosas podem acontecer”. O evento foi transmitido ao vivo pela TV NBR.
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