Chega a ser hilário e patético o noticiário em torno dos ministros do presidente eleito. Políticos e o próprio Lula tratam do assunto como se estivessem escalando times de futebol para disputar uma "pelada", ou, então, escolhendo o sabor da pizza que pedirão na lanchonete. Virou um samba da nota só, cota. É um verdadeiro deboche com a população, que deveria e merecia ser a mais ouvida e beneficiada com as escolhas. Os jornais informam que determinado eleito, senador ou deputado, merece ser premiado com algum ministério porque pertence "a cota do partido tal". A televisão revela que o fulano será escolhido porque é exigência daquele partido que ajudou para a eleição de Lula. Colunistas garantem que beltrano vai ganhar ministério forte porque o partido dele tem bancada poderosa. A especulação é grande em torno de políticos derrotados nas eleições, lembrados para cargos em escalões inferiores. Motivo: pertencem a partidos aliados do próximo governo ou são amigos do peito de figuras próximas a Lula. Quem tem padrinho, não morre pagão. Por fim, permanecem duas perguntas, dentro do viciado, cretino e surrado presidencialismo brasileiro: quando, finalmente, anunciarão ministros que trabalharão para solucionar os imensos problemas que afligem a maioria esmagadora do povo? Quando os ministérios passarão a ser escolhidos e conhecidos como legítimas cotas do cidadão?
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