terça-feira, 1 de junho de 2021

Livro importante e essencial

 

O novo livro do professor, Mestre e Doutor em Educação, Carlos Augusto Sanches,"Epopéia Italiana em Manaus", é essencial e importante para historiadores e público em geral desejosos em conhecer pormenores marcantes da epopeia italiana no Amazonas e no Brasil. Recomenda-se que o livro de Sanches passe a ser encontrado, estudado e pesquisado nas bibliotecas públicas e particulares. Por rigorosa exigência histórica e sentimental. Sanches já merecia ser imortalizado pela Academia Amazonense de Letras. 
Segundo o autor da magnífica obra, "A imigração italiana em Manaus tem sua essência nos movimentos migratórios condicionados a expansão do capitalismo europeu que direcionou para o continente Americano e especificamente Manaus, foco do estudo". Relata Carlos Sanches que famílias italianas se estabeleceram nas atividades mercantis e profissionais na Amazônia. O próprio Sanches é da família Conte. "Em Manaus, revela Sanches, as famílias Conte, Russo, Calderaro, Aronne, Celani, Biondi, Pelosi, Limongi, Cardelli, Desideri e Faraco". Em Belém, prossegue o escritor, se estabeleceram as famílias Grisolia, Conte, Falesi, Verbicaro, Mileo, Calderaro, Florenzano, Vallinoto, Megale, Priante, Savino, Cerbino, Libonati e Tancredi". Na construção da sociedade amazônica também contribuíram muitos imigrantes com seu trabalho anônimo de engraxates, jornaleiros, verdureiros, carregadores, estivadores, ferreiros e vendedores ambulantes. "Uns ofereciam seus serviços de porta em porta como consertos de sombrinhas e utensílios domésticos; outros tinham banca de engraxate próximo do terminal de trem ou no comércio, onde também consertavam sapatos". Prossegue Carlos Sanches: "Na Amazônia predominou os imigrantes vindos da Itália Meridional, de regiões como Calábria, Basilicata e Campânia. Ocorreu também emigração da Itália Setentrional, das províncias de Vêneto, Lombardia, Ligúria, Emilia Romagna, da Itália Central e das províncias de Toscana e Lazio."
Na página 147, Sanches lista famílias calabresas, lucanas e campanas, que chegaram até o início do século XX ao Pará e ao Amazonas. Segundo região de origem e cidade de destino. Meu xará e avô paterno aparece na lista como o número 50: Limongi Basilacata Potenza Maratea Manaus. Tenho orgulho da odisséia vigorosa do meu avô. Desfrutamos de bons momentos. Costumava ir na Sapataria Limongi, fundada por ele. Nossa família era numerosa e unida. A emoção do neto de 76 anos de idade, sugere que eu  respire fundo para então prosseguir contando trechos do fascinante livro de Carlos Sanches.
Na foto da capa, aparecem Sanches e a mulher, Íris Paula da Silva Sanches, vestidos com trajes da época dos imigrantes italianos. Voltando à família do imigrante Conte: a senhora Filomena Conte casou-se com o senhor Jesus Benito Sanches. Tiveram 5 filhos, entre eles, o autor do livro. Carlos Sanches sublinha que a história dos imigrantes italianos, continua sendo escrita através de seus descendentes. "Uma história de gente corajosa, amante do trabalho digno. Uma gente brava e gentil, ao mesmo tempo rude e carinhosa que ajudou com seu suor a forjar as bases da economia de Manaus".
Outro personagem do livro é o advogado Délio Conte, filho do imigrante Domingos Conte, um dos grandes comerciantes no ramo de sapataria, a exemplo do imigrante Vicente Limongi, nas duas primeiras décadas do século passado. Délio recorda passagens de Manaus dos velhos tempos. Onde é a sede do Rio Negro Clube e a Praça da Saudade foi o Cemitério São José. Havia o Aeroporto de Ponta Pelada, de chão barrento. Os bondes eram meios de transportes. Profissões daquela época eram carvoeiro, geleiro, açougueiro, peixeiro e vendedor de frutas. A graxa Amazônia foi inventada pelo pai dele, Domingos.
Délio falou de um rapaz chamado Cecílio Cabral, irmão de Bernardo Cabral. Conhecido como Caroço. Caroço foi beber no bairro de Flores, num quiosque no final da linha do bonde. "Caroço tinha um físico avantajado e ocorreu um desentendimento com um policial que atirou e matou Caroço. Bernardo Cabral cursou Direito e se formou em advogado. Se tornou Delegado de Polícia, exerceu vários cargos importantes e por fim foi Ministro da Justiça no Governo de Fernando Collor de Mello".




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