terça-feira, 24 de abril de 2012

Collor e a CPMI



Vai começar a CPIM do Cachoeira. Os holofotes estarão voltados para muitos dos participantes da esperada iniciativa. Alguns, por demagogia, farão de tudo para aparecer mais do que os próprios denunciados. Usarão a CPMI como palanque eleitoral para as eleições de outubro. A maioria, contudo, vai direcionar suas ações no trabalho árduo, isento, firme e esclarecedor, em busca de resultados que dignifiquem o Legislativo. Senadores e deputados que não participarão da CPMI travestidos de juízes e carrascos. Neste perfil, seguramente, enquadra-se o ex-presidente e senador pelo PTB alagoano, Fernando Collor. Ao contrário do que imagina a tropa da fancaria, torcendo inutilmente para que a Nação veja um Collor ressentido e vingativo, porque, como alguns sábios de plantão observam, Collor já foi réu e, agora, é juiz. Tolice. Análise vesga e descabida. Mesmo porque Collor não tem que se envergonhar de nada. Como senador, continua agindo com firmeza e espírito público, visando o bem estar da coletividade. Não foi afastado da Presidência da República por corrupção, mas, sim, por um processo de natureza meramente política. A seguir, no Judiciário, foi absolvido no STF por absoluta e rigorosa falta de provas que pudessem envolvê-lo em crime de responsabilidade ou corrupção no exercício da Presidência da República. Quanto ao processo do impeachment, prato preferido para historiadores levianos, recalcados e incompetentes, recordo palavras do conceituado jornalista da TV Globo, Caco Barcelos, em palestra, em setembro de 2011, na Escola da Magistratura da Justiça Federal da 3* Região. Para Barcelos o impeachment de Collor começou na imprensa com a entrevista de um irmão ressentido. "A imprensa não provou uma linha do que ele disse", salientou Barcelos. O jornalista acrescentou: "Collor sofreu uma punição política, mas não se provou nada contra ele. A denúncia judicial e a denúncia da imprensa devem ter sido, portanto, incompetentes". Para Caco Barcelos, hoje se confunde muito o verdadeiro jornalismo investigativo, feito pelo repórter ativo, que investiga antes da informação se tornar pública, com o jornalismo declaratório, o praticado, a seu ver, na maioria das redações.


Não deixe de ler a série "O Golpe contra Collor. O Golpe contra a Democracia" sobre o assunto, trabalho do jornalista Rony Curvelo. Informe-se contra o mau jornalismo.

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