O sangue engessa o barro. A lama espessa mergulha nas profundezas do chão e dá de beber aos mortos. A angústia e o sofrimento tingem o céu cinzento, triste e arrasado do litoral norte de São Paulo. É o litoral da desgraça. Resultado de mais uma tragédia anunciada. Mais de 60 mortos. O descaso vence o bom senso. O choro e o desespero comovem o mundo e humilham o Brasil. O grito amargurado e aflito sai da alma e explode na indignação da Pátria. O branco, o vermelho e o caqui dos bravos bombeiros colam na lama, aquecendo a esperança. Repórteres controlam o soluço diante dos dramas das cenas tingidas por dor, gemidos e tristezas. Enxadas, baldes, furadeiras, picaretas, escavadeiras, cães farejadores, compõem o cenário avassalador. O vai e vem dos populares é sofrido e lento. A solidariedade tenta controlar o choro da alma. Animais agonizantes e sacrificados viram anjos. O verde encardido das plantas e flores vão iluminar as estrelas.
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