quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Candidatos melancólicos

Enfadonho escrever a respeito das eleições para as presidências do Senado e da Câmara, diante do tabuleiro  de candidatos patéticos, demagogos, oportunistas, medonhos e inexpressivos (CB - 24/2). Não têm espelho em casa. No senado, conheci, convivi e tenho saudades de figuras de têmperas fortes, como Jarbas Passarinho,  Petrônio Portela, ACM, José Sarney, Humberto Lucena, Mauro Benevides, Alexandre Costa, Lourival Batista, Antônio Carlos Konder Reis, Virgilio Távora, Arnon de Mello, Acioly Filho, José Richa, Bernardo Cabral, Paulo Brossad, Jader Barbalho, Luiz Viana Filho, Arthur Virgilio, Franco Montoro, Dinarte Mariz, Magalhães Pinto e Nelson Carneiro, Teotônio Vilela, Edison Lobão, Valmir Campelo, Afonso Arinos de Mello Franco e Saturnino Braga. O apregoado "novo senado" não passa de um sombrio e obscuro quadro amarelado na parede. Assombrando e humilhando a figura altiva de Rui Barbosa em local destacado no plenário. Nessa linha, convenhamos, é quase impossível eleger, no senado, candidato pior do que o atual, Davi Alcolumbre. Mais fácil encontrar agulha no palheiro. Eleito presidente por uma farsa orquestrada pelo Palácio do Planalto. Que odeia, não respeita e não sabe conviver com parlamentares altivos e fortes. Donos do poder de plantão pensam (epa, foi mal) que sabem tudo de política. Quando, na verdade, tropeçam e patinam na própria arrogância e sandices. Embora conquistem grupelhos de serviçais convictos nas duas Casas. Renan Calheiros, por sua vez,  ex-presidente por 4 mandatos do Congresso Nacional,  desaponta fariseus e éticos de barro, porque não participa de conchavo espúrios e sórdidos para obter vantagens pessoais. Arrancado da disputa com o roliço Alcolumbre em jogo imundo, vil, torpe e covarde. Figuras públicas como Calheiros, que não são escravas da dissimulação. Que têm o saudável hábito de zelar pela independência do Legislativo. Sem jamais dobrar a espinha para interesses pouco republicanos do governo. Na Câmara, o quadro também é melancólico. Rodrigo Maia é diligente e respeitado articulador político. Não tem sucessores a altura. Lamentável que também na política a sanha despudorada da mediocridade insista em vencer todas as batalhas.

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