A odisseia do cavalo Caramelo completará 1 ano próximo dia 11. Caramelo ficou ilhado no telhado, em Canoas, Rio Grande do Sul, durante a histórica enchente que comoveu o Brasil. Caramelo agora tem a promessa dos veterinários de viver melhor. Passou a morar no Hospital Veterinário da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), onde chegou com quadro delicado (Estadão - 02/05). Recordo o drama do Cavalo Caramelo. Caramelo estava sem chão. Voou sem asas. Subiu no telhado. Puro instinto de sobrevivência. Ajeitou-se entre telhas rachadas e molhadas. Forte e bravo, Caramelo não esmoreceu. Ficou dias ilhado. Olhos graúdos e negros olhando o céu cinzento. Com acordes de relâmpagos e trovões. Resistiu aplumado, patas brancas, cascos e ferraduras firmes. Tirou forças do dorso amarelado e raçudo. Salvo por bombeiros e veterinários, alinhou a vasta cabeleira negra, com tons de esperança. Abatido, esfomeado, relinchou aliviado, depois da anestesia geral. Fartou-se com montes de capim, feno e alfafa. Depois da odisseia que viveu, Caramelo tornou-se o xodó e herói da resistência dos gaúchos.
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