sábado, 11 de setembro de 2021

Façanha

Parabéns ao ex-presidente Michel Temer pela façanha de colocar migalhas de bom senso e patriotismo na cabeça oca de Bolsonaro. O recuo é um colossal monumento à hipocrisia. Bons e sinceros sentimentos passam longe. Apesar dos rasgados elogios ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, o azedume que Bolsonaro nutre pelo magistrado permanece inalterado. Bolsonaro não engana brasileiros que raciocinam com a própria cabeça. O tom é de um desesperado chefe da nação que admite, por ora, que disse, como de costume,  montes de asnices nos desfiles da independência. A nota, repleta de salamaleques, visa tentar tirar do atoleiro político um presidente destrambelhado e irresponsável. Restava saber por quanto tempo Bolsonaro conseguiria manter as aparências de cordeiro, aliadas ao tom da sensatez e do equilíbrio, necessários para o país voltar a trilhar o caminho do respeito às instituições. Mas a mudança não demorou nem 24 horas. Na quinta-feira, dia 9, lá estava Bolsonaro ofendendo novamente o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, que lhe deu uma bela traulitada, ao abrir a sessão daquela corte. A propósito, concluindo, fico honrado ao ver Barroso usar palavras duras sobre Bolsonaro. Traçando autêntico perfil do mito de plástico. Algumas delas usadas e reiteradas por mim, nas redes sociais e no Correio Braziliense. Definições e expressões como "sem compostura", "farsante", "motivo de chacota no exterior", "ameaças, insultos e xingamentos são armas dos fracos", etc. 
Os arquivos não mentem. 

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