É incontestável que o instrumento da delação premiada trará incomparáveis benefícios ao país - jamais vistos anteriormente- no combate à corrupção.
Muita coisa podre escoou por este esgoto fedorento mas, como temos afirmado desde antes do impedimento de DILMA, a sucessão de escândalos está longe de terminar. É só aguardar!
A compra de votos para reeleições, o mensalão, os dólares na cueca e os “mal feitos” na PETROBRAS foram, somente, prenúncio da desfaçatez que se institucionalizou em governos de diferentes níveis, envolvendo presidentes, ministros de Estado, governadores, prefeitos, empreiteiros, servidores e centenas de parlamentares.
Entretanto, não é admissível que traidores tenham suas penas reduzidas à sétima parte, em prisão domiciliar e com tornozeleiras eletrônicas, após terem usurpado, em conluio, bilhões de reais que poderiam ser aplicados na saúde, educação e segurança da população. Estão sendo glamouralizados e pousam de vedetes nos seus depoimentos como se heróis fossem ao admitirem seus erros e jogarem no lodo seus então comparsas.
Por incrível que pareça, o corrupto delator que armadilhou TEMER e AÉCIO, também incriminando LULA, DILMA, MANTEGA, PALOCCI, SERRA, EUNÍCIO, RENAN CALHEIROS, RENAN FILHO, KASSAB, CABRAL, PIMENTEL, EDUARDO CUNHA, MARTA SUPLICY, CIRO NOGUEIRA e tantos outros, não foi preso e teve autorização para retornar aos ESTADOS UNIDOS acompanhado do executivo de sua empresa que o ajudou na denúncia. Será justo? Algo estranho está por detrás disto!
Além de declarar a “compra” de Deputados para votarem contra o impedimento de DILMA, o dono da JBS teve o descaramento de afirmar que pagou a políticos cerca de 500 milhões de reais em propinas, disfarçadas como doações de campanha. Teriam sido beneficiados 1827 candidatos e 28 Partidos, com a eleição de 167 Deputados Federais, 28 Senadores, 16 Governadores e 179 Deputados Estaduais.
O que teriam feito as outras empresas em pleitos eleitorais?
Esta elevada cifra somada às anteriormente, principalmente à distribuída pela ODEBRECHT, reforçam nosso parecer de que o melhor seria a devolução à União, pelos corruptos, com as devidas correções, de tudo que furtaram há décadas frequentando gabinetes de autoridades e desfrutando de luxo e prestígio.
As doações de campanha por empresários deveriam ser destinadas aos Partidos de forma legal, sendo vedadas as contribuições pessoais.
O corporativismo existe em todas as entidades e tem seus aspectos saudáveis. Nos poderes Judiciário e Legislativo, apesar das divergências internas, ele se exacerba na defesa de seus privilégios e mordomias, incomparáveis às do Executivo.
Recentemente, na apreciação da Lei do Abuso de Autoridade pelo Legislativo, os parlamentares que se beneficiaram do CAIXA DOIS, apesar de jamais o terem admitido, se juntaram para que tal crime seja considerado só daqui para frente, esquecendo-se do passado. A origem da corrupção sempre esteve aí!
A doação de presentes é outra forma de cooptar autoridades. Os lobistas são doutores nesta técnica. Até o início da década de 1990 não havia legislação específica sobre o tema. Agora, os servidores públicos só podem recebê-los até o valor de cem reais. O ideal é recusar sempre!
O Tribunal de Contas da União e a Justiça Federal têm sido muito rigorosos neste particular até com ex- presidentes, haja vista que recurso de LULA acaba de ser rejeitado na instância de SÃO PAULO só havendo ressalva quanto ao recebimento de comestíveis e bens estritamente de uso pessoal. Será que isto vale no Poder Legislativo e nas esferas estaduais e municipais? Neste particular, há grande discrição e maior observância ética no Poder Judiciário.
Estamos vivendo um fato novo na vida nacional que será extremamente benéfico às novas gerações.
Os educadores, como sempre, terão grande papel na formação do caráter de seus instruendos. Como deverão encarar a perfídia? O tão criticado “dedo-duro” merece ser elogiado e incentivado? Será aceito pelos colegas nas escolas e ao longo da existência?
Resta-nos torcer para que no futuro não mais haja motivo para tão deprimentes delações premiadas por corrupção que premiam indevidamente criminosos de colarinho branco e polainas de luxo.
Diógenes Dantas Filho- Coronel Forças Especiais/ Consultor de Segurança
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