Senadora irá propor audiência pública para discutir motivos para
a demora na autorização de testes no Brasil
A lentidão para autorizar pesquisas clínicas com novos medicamentos
no país é uma preocupação crescente de especialistas na área da saúde. Por
isso, no início do ano legislativo, a senadora Ana Amélia (PP-RS) irá propor
audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado para debater
as regras para esse tipo de teste. Enquanto o prazo médio para a liberação de pesquisas com novos medicamentos em
grandes países é de 70 dias, no Brasil são necessários entre seis meses e um
ano para a autorização dos testes. Em razão dessa lentidão, o Brasil perde dezenas
de estudos anualmente, o que impede que centenas de pessoas tenham melhores
condições de tratamento com novas drogas. Dados da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) mostram
que em 2013, por exemplo, 21 estudos tinham sido perdidos, fazendo com que 438
pessoas deixassem de ser beneficiadas com o acesso a novos medicamentos. As
informações da Interfarma indicavam ainda que até o final do ano o total de 41
pesquisas seriam perdidas, impedindo novos tratamentos a 2.856 pessoas. Atualmente, o país ocupa o 42º lugar no ranking mundial de pesquisa clínica,
fazendo apenas 1% dos ensaios globais. Essa posição insatisfatória é atribuída
pelos especialistas à burocracia excessiva de órgãos como a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária e a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep),
vinculada ao Conselho Nacional de Saúde.
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