Não tive o prazer de conhecê-lo, meu nome é Wilson Périco e estou Presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas. Muitos de nossos associados têm atividade industrial tanto no Amazonas quanto em São Paulo e em outros estados do País, motivo pelo qual lhe escrevo. Recebemos a matéria abaixo em que reputa afirmações a respeito da atividade das indústrias instaladas na Zona Franca de Manaus. Muito nos surpreende tais afirmações, como “maquilagem” ou que o Amazonas ofereça “obstáculos” a atração de novos investimentos no Estado de São Paulo. Não creio que tenha tido a oportunidade de visitar nosso estado e conhecer as atividades desenvolvidas pelas indústrias instaladas na Zona Franca de Manaus. O que nos permite entender o porquê de afirmações tão descabidas tenham sido feitas por sua pessoa. Não acredito também que conheça a política de administração da atividade industrial aplicada no País, que exige o cumprimento do Processo Produtivo Básico (PPB) para que os produtos fabricados na ZFM - e para os produtos inseridos na tal Lei de Informática -, possam ser beneficiados com os incentivos fiscais federais. No caso do produto em pauta, os incentivos são idênticos para todo o território nacional, pois é considerado produto de informática. A possível diferença está no fato de que as exigências de cumprimento do PPB talvez não tenham a mesma severidade em São Paulo , como temos em Manaus. Acredite! A qui cumprimos 100% do que determina a legislação. Se a tal “maquilagem” acontece em algum lugar do País, não é em Manaus. Talvez ocorra no mais "novo estado" com atividade industrial no Brasil: o Paraguai. É um problema que temos em comum. Muito nos surpreende, também, que o Estado do Amazonas seja vítima de ataque, de ira e de afirmações inverídicas por ter buscado na Justiça o cumprimento da Lei e por ter tido acatada tal solicitação, que comprova que quem estava à margem da legalidade era e é o Estado de São Paulo, não o Amazonas. Entendo que a falta de conhecimento a respeito da realidade e das dificuldades enfrentadas pelas indústrias da Zona Franca de Manaus o leve a se manifestar da forma como o fez. Muitas vezes a ignorância sobre determinados assuntos nos faz cometer equívocos. Acredito ser este grande exemplo disso. Por outro lado, não concordo com a “guerra fiscal” entre os estados por atração de investimentos que já estejam feitos no território nacional. Isto é canibalismo econômico, pois não se traduz em melhoria alguma para a economia do País. Pelo contrário, agrava as desigualdades regionais. Conhecendo a visão de algumas pessoas sei que pode estar pensando: “quem pode mais chora menos”. Isso é típico daqueles que se julgam mais poderosos. Não é o nosso caso. Longe de estar pensando dessa forma, muito menos chorando ou pedindo alguma coisa. Estou, sim, chamando pelo bom senso, pela verdade e pela legalidade daquilo que nos foi dado como responsabilidade - seja como pessoa pública, entidade de classe ou empresariado - na defesa não só dos interesses que representamos, mas, principalmente, dos direitos, principalmente os constitucionais, que nos foram confiados. Acredito que ao invés dessa rusga sem propósito entre os dois estados, deveríamos somar esforços para trabalharmos junto ao Governo Federal pela preservação e fortalecimento da atividade industrial em todo o Pais. Mais que isso: a preservação dos empregos gerados por essa atividade, que fortalece nossa economia. Que isso seja feito dentro da legalidade para um crescimento socioeconômico menos desigual de todas as regiões. Convido-o a visitar nosso estado, as empresas do Pólo Industrial de Manaus, em data que melhor lhe convier, para que conheça o que aqui se faz, de verdade, para que possa ter melhor embasamento para expressar seus comentários e opiniões sobre o que e como se industrializa no Amazonas E para que possamos, juntos, buscar o que é melhor para a indústria no Brasil. Me coloco a sua disposição e no aguardo de um retorno.
Wilson Périco
Centro da Indústria do Estado do Amazonas – CIEAM
Presidente.
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