Por Vicente Limongi Netto*
Faço parte dos quase
36 milhões de brasileiros que acreditaram e elegeram Collor. E que nunca,
jamais, engoliram o golpe que perpetraram contra o jovem presidente. Sou um dos
que tiveram que suportar patrulhamentos e piadas dos que perderam as eleições de
1989, mas se sentiram o máximo quando os poderosos derrubaram o primeiro
presidente eleito democraticamente depois de 25 anos de arbítrio. Os eleitores
de Collor acreditaram no Brasil e se sentiram frustrados por terem seu voto
sagrado e sua confiança desrespeitados. Collor arrancado do cargo por abutres
travestidos de isentos. Foi inocentado pelo STF de todas as torpes acusações de
seus desafetos. Mas, o tempo sempre traz a Verdade. Agora, Fernando Collor de
Mello comemora, dia 12 de agosto, 68 anos de idade. Mantêm-se firme em suas convicções, mais
determinado do que nunca em servir ao País, corajoso como sempre, como nos
tempos em que foi presidente. Mas, como não poderia deixar de ser, depois de
tudo pelo qual passou, das imensas injustiças que sofreu, atingiu aquela
maturidade positiva e sábia que só os grandes homens conquistam. Está mais
realista sobre a complexidade dos problemas nacionais e das sutilezas da
política. Ultrapassou a ponte perigosa e necessária que liga a espontaneidade
romântica de um jovem e idealista presidente ao realismo sereno e pragmático
dos grandes estadistas. Sua postura construtiva e eficiente no Senado tem
evidenciado esta maturidade como homem público. Ao contrário dos ressentidos e
intolerantes, como são os fracos de índole, os impotentes, os pusilânimes, o
que se está vendo é uma senatoria equilibrada, colaborativa, responsável e
propositiva para com os problemas do País e para com seus pares no cotidiano do
Senado. Sua volta ao cenário político nacional representou o grau de maturidade
política do povo brasileiro. Algo importante para a democracia. E até agora
ninguém explicou a razão de não se ter o nome de Collor nas listas de
presidenciáveis dos institutos de pesquisa. Com o desgaste óbvio na polarização
PT-PSDB dos últimos anos, já está na hora de se procurar alternativas não entre
neófitos e arremedos aventureiros, mas com figuras experimentadas como Collor.
Vicente Limongi Netto é jornalista. Trabalhou no "O
Globo", "Última Hora" de Brasília e na TV Brasília. É sócio
militante da ABI há 48 anos.
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