sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Caras tapadas?

Nas conclusões de minha modesta obra  “Insegurança Pública e Privada”, divulgada em 2009, deixamos registrado que a segurança pública é essencialmente uma questão política, cuja doutrina deve ser revista e atualizada com a  evolução dos acontecimentos.
Mostramos, há 7 anos, o aumento da criminalidade, a falta de segurança, o desrespeito ao princípio da autoridade, o contrabando, as facilidades fronteiriças , o comércio ilegal de armas associado ao tráfico de drogas, a corrupção existente, as grandes cifras  envolvidas, a lavagem de dinheiro sujo, a falta de fiscalização na fabricação, trânsito e rastreamento de armamento e munição, o poder do crime organizado, o papel das milícias no RIO DE JANEIRO,a caótica situação de nosso sistema prisional e as carências das organizações policiais.
Atuante e coerente com a realidade, o Secretário de Segurança do Estado, JOSÉ MARIANO BELTRAME, o mais longevo em tão difícil Cargo, foi fator determinante na criação de 38 Unidades de Polícia Pacificadora (UPP’s), a partir de 2008, levando tranquilidade relativa, aparente e transitória às comunidades carentes.Foi, sem dúvida , uma grande esperança e houve uma trégua na insegurança local.
Infelizmente, este louvável projeto não foi acompanhado, por falta de recursos, das necessárias melhorias na infraestrutura das favelas e de um programa de treinamento dos policiais para os confrontos, já que ficaram ilhados na sua base de operações em posição vulnerável.
Paulatinamente os criminosos foram reocupando território e regiões de  homizio notando a perda do controle dos agentes da repressão.
Basta citar que, no corrente ano, diante da calamidade pública no  RIO DE JANEIRO, a Secretaria de Segurança recebeu menos da metade da verba prevista- que já era pouca- e a situação seria bem pior se não houvesse o socorro federal de R$ 2,9 bilhões para as Olimpíadas, grande parte destinada ao pagamento de pessoal que continua atrasado.
Qual o Chefe que pode conviver com a falta de motivação de sua tropa, com veículos parados por ausência de manutenção e combustível, com armamento obsoleto e sem munição, sem materiais de higiene e de expediente nas Delegacias, sem apoio dos superiores e com os parcos salários fatiados?
Neste quadro caótico, as UPP’s não poderiam dar certo e o Secretário BELTRAME jogou a toalha e pediu demissão. A pressão de base e de cúpula foi muito grande. Resistiu por 10 anos no cumprimento do dever.A população sentirá sua falta!
Novamente, a violência explodiu na zona sul da Capital do Estado e se instalou um clima de guerra pelas ruas em face da audácia dos delinquentes. O Comandante da UPP do Pavão- Pavãozinho e dois policiais do Batalhão de Choque ficaram feridos. Três bandidos foram mortos e oito presos. Foram apreendidas armas de uso restrito, drogas, munição e radiotransmissores.
O ataque foi chefiado por um traficante perigoso que desaparecera após ter sido beneficiado por indulto no Dia das Mães. As autoridades esperavam que um chefe de tráfico de drogas em comunidade carente retornasse ao presídio? Só rindo!
A imprensa é tão zelosa nas suas fotos ao vedar as caras de menores assaltantes,assassinos e estupradores, mas não o faz com o rosto de policiais deixando-os entregues à própria sorte e correndo o risco de serem justiçados pelos criminosos que infestam o País.
Nas passeatas, ninguém proíbe o uso de máscaras e os “black blocks” se aproveitam para depredar tudo que encontram pela frente, aumentando, ainda mais, os problemas existentes. Algum deles está na cadeia  ou sendo processado? E a legislação?
É chegada a hora de dar um basta nas caras tapadas de marginais, por menores que sejam. São tão perigosos quanto os adultos  da mesma laia  e se valem da idade para se livrarem do rigor da lei. A população precisa ver o seu rosto debochado e covarde, conhecê-los e denunciá-los.
Por falar nisto, a maioridade penal não poderá permanecer aos 18 anos! É um absurdo!
DIÓGENES DANTAS FILHO- Coronel Forças Especiais/ Consultor de Segurança

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