Choro das águas
A linguagem das águas flutua no vazio do silêncio
rio e lagoa viraram barro
perderam o mistério dos peixes
barcos e lanchas são desalentos das margens tristes
casas e móveis boiando na frieza da desesperança
a avalanche de lama conta mortos
desabrigados são reféns do desalento
o canto das águas perdeu a ternura
as enxurradas provocam vento e frio no varal da agonia
Vicente Limongi Netto
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