sábado, 9 de agosto de 2025

Choro das águas


A linguagem das águas flutua no vazio do silêncio

rio e lagoa viraram barro

perderam o mistério dos peixes

barcos e lanchas são desalentos das margens tristes

casas e móveis boiando na frieza da desesperança

a avalanche de lama conta mortos

desabrigados são reféns do desalento

o canto das águas perdeu a ternura

as enxurradas provocam vento e frio no varal da agonia


                     Vicente Limongi Netto

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