sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A jornalista Vera Magalhães, da Folha de São Paulo, fez crítica torpe e medonha exaltando a série   "Felizes para sempre?". Vera é melhor na praia dela,  a coluna "Painel". Vera não esconde o encantamento pela série. Escreve como se  toda a sujeira conjugal, a corrupção, traições amorosas e  drogas exibidas pela arrogante e pretensiosa série fossem  privilégios de Brasília.  A jornalista se entusiasma e exalta a porcariada mostrada pela ridícula  série global, definida por ela como "um retrato moderno de relacionamento familiares e amorosos".  Fica claro, então, para Vera, que Marques de Sade é  fuleiro aprendiz do autor da série. A  iniciativa
 ofende Brasilia e os legítimos brasilienses. A Globo  poderia ter feito a monumental excrescência televisiva no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Belo Horizonte. etc. Ficaria mais original, mais verdadeira e menos infamante e hipócrita. 

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

FILARMÔNICA LEVA AO PÚBLICO TRILHAS DE O SENHOR DOS ANÉIS, DRÁCULA E GAMES

O Governo do Amazonas, através da Secretaria  da Cultura preparou uma série de apresentações especiais da Orquestra Amazonas Filarmônica com obras que aliam o erudito ao popular. A Série Encontro das Águas vai levar ao público, nos meses de fevereiro a março, a execução de trilhas de filmes como o “O Senhor dos Anéis”, “Drácula” e de videogames como Legend of Zelda, Shadows of Colossus, Final Fantasy e Super Mário Bros. 
Os ingressos poderão ser adquiridos na bilheteria do Teatro Amazonas ou pelo site www.bestseat.com.br a partir do dia 1º de fevereiro. No Teatro Amazonas o ingresso para plateia (lugares marcados) e frisa custa R$ 40,00, o primeiro pavimento custa R$ 30,00, o segundo, R$ 20,00 e o terceiro R$ 10,00.  No caso da apresentação de “Drácula”, no Teatro da Instalação, o valor é único de R$ 20,00 sem lugares marcados. 
Para o secretário  de Cultura, Robério Braga, a experiência do ano passado, das apresentações de “Musica no Espaço” com a trilha de John Williams para saga Star Wars e a obra Os Planetas de Gustav Holst teve uma resposta de público surpreendente. “O Governo do Amazonas entende que iniciativas como essa aproximam o público da música erudita contribuindo para a formação de uma audiência para esse tipo de espetáculo”, destacou.
As primeiras apresentações da Série Encontro das Águas acontecem nos dias 27 e 28 de fevereiro (20h) e no dia 1º de março (19h), no Teatro Amazonas, com a Muzikstation 64. Os temas dos jogos de videogames receberam arranjos especiais para a Orquestra Amazonas Filarmônica. A regência é dos maestros Marcelo de Jesus e Hilo Carriel, com participação do Madrigal Ivete Ibiapina e Grupo Vocal dos Corpos Artísticos.
No dia 5 de março (20h), com reprises nos dias 8 (19h) e 12 (20h), também no Teatro Amazonas, a Série apresenta “Música na Terra-Média”, com suítes preparadas com base nas trilhas compostas por Howard Shore para os filmes dirigidos por Peter Jackson (O Hobbit e O Senhor dos Anéis). As duas trilogias são adaptações da obra literária do britânico John Ronald Reuel Tolkien, publicadas respectivamente em 1937 e 1954. Nesta apresentação serão executadas também as cantatas “Catulli Carmina” e “Trionfo di Afrodite”, de Carl Orff, conhecido pela obra “Carmina Burana”. A regência será de Marcelo de Jesus e Otávio Simões, com participação do Café Gioconda Esemble e do Coral do Amazonas.
No dia 13 março, às 22h30, no Teatro da Instalação, a Série traz de volta a apresentação das trilhas das versões de Drácula de 1931 (extrelado por Bela Lugosi) e de 1992 (com Gary Oldman como protagonista). A versão de 31 tem composição de Philip Glass e a de 1992 é de autoria de Wojiciech Kilar.

Mais marola do que voto

Pega fogo o noticiário sobre as eleições para o comando do senado e do congresso. Não faltam candidatos para disputar o cargo com o atual presidente, senador Renan Calheiros, que pleiteia a reeleição, mas não abre o bico sobre o assunto. Já os adversários de Calheiros  fazem marola.  Querem passar a impressão que estão no páreo. Na verdade não têm chances. Por uma razão simples e elementar: não têm votos para derrotar Renan. Por fim, existe outro tipo estranho na disputa:  senadores sem votos e sem coragem para enfrentar Renan, fantasiados de paladinos, preferem  lançar, sem mostrar a cara,   nomes de senadores para ver se fragilizam a candidatura de Renan, dividindo o PMDB. 

Coitadinhos. 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Collor defende indústrias de Alagoas e NE e encaminha solicitação a Dilma



Por intermédio do ministro-chefe da Casa Civil, Aloízio Mercadante (PT), o presidente da Comissão de Infraestrutura e Serviços, senador Fernando Collor (PTB) solicitou, na tarde desta quarta-feira (21), à presidente Dilma Rousseff (PT) a renovação do regime de contrato diferenciado entre a Chesf e a moderna indústria de base da região nordestina e de Alagoas. Na audiência, Collor destacou que a não renovação vai triplicar o valor do fornecimento de eletricidade para o segmento, impactando negativamente na geração de emprego e renda.

"Na audiência, Mercadante informou que a presidente Dilma determinou que o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, encontre uma solução para a situação. Trata-se de uma reivindicação justa para o setor produtivo alagoano e Nordestino. Essa ação integrada da bancada federal visa à proteção dos contratos vigentes dos consumidores industriais de energia, que apostam na gestão do governo federal para preservar seus níveis de produção e, consequentemente, os empregos de milhares de trabalhadores”, assegurou Collor.

A Presidência da República vetou o artigo 6º da Medida Provisória 656, que dispõe sobre a relação especial de fornecimento da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) com indústrias de base. O artigo da MP garantia a prorrogação dos incentivos de 2015 para 2042. No encaminhamento feito à presidente, Collor demonstrou a importância de o segmento seguir com o contrato diferenciado. Com o veto, a MP volta a tramitar no Congresso Nacional. “Estamos trabalhando para que o contrato seja renovado o quanto antes, preservando o desenvolvimento da região Nordeste”, complementou o senador.

As empresas da Moderna Indústria de base são responsáveis por 20% do Produto Interno Bruto (R$ 16 bilhões) da região Nordeste e cerca de 145 mil empregos diretos. Em Alagoas, a Braskem, que possui unidades em Maceió e Marechal Deodoro, pode sofrer com o fim do incentivo, afetando cadeias produtivas, como a da Química e a do Plástico. Somente a planta de PVC, localizada no bairro do Pontal da Barra, na capital, consome 45% de toda a energia comercializada pela Eletrobras Distribuição Alagoas.

“Não havendo a prorrogação, centenas de empregos e investimentos em todo o Nordeste podem ficar comprometidos. Sem saber ao certo o que vai acontecer, o empresário não vai ser arriscar em investir. É importante que o governo federal observe com atenção essa questão, já que há geração de emprego em várias cadeias produtivas na região, sobretudo em Alagoas. O fim do incentivo deve encarecer em até 40% a produção industrial, o que é perverso para a competição”, frisou o gerente de Relações Institucionais da Braskem em Alagoas, Milton Pradines.

Além da Braskem, as outras empresas do Nordeste que serão afetadas são a Vale, Gerdau, Dow, Ferbasa, Paranapanema e Mineração Caraíba. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), José Carlos Lyra, disse que há um trabalho para que a MP provisória seja novamente apreciada, garantindo, desta forma, a geração de emprego e renda para os estados.“A bancada alagoana já está empenhada em resolver essa demanda. Acredito que teremos bons resultados. É importante que haja a renovação, visto que centenas de empresas podem sofrer com o fim desse regime”, explicou Lyra.

Ao longo dos últimos meses, as usinas hidroelétricas localizadas na região Nordeste foram as que mais contribuíram para a redução do custo de energia elétrica no sistema de cotas instituído pelo governo federal. Ou seja, enquanto o consumo de energia no Nordeste representa 15% do consumo nacional, as usinas instaladas na região contribuíram com 66% da energia, gerando uma redução tarifária na eletricidade. “Essa energia também deve ficar por aqui, no Nordeste”, completou o presidente da federação.

Wilson Périco: “Quem diz que o Amazonas é um paraíso fiscal, mente”

Há uma reclamação geral em relação à economia. Qual é a sua avaliação sobre o momento econômico?

Na verdade, o que estamos sentindo agora e que frustra é, primeiro, a diferença do discurso e da prática na questão eleitoreira. Pior que isso: é um governo que está continuando; não é um novo governo, é um novo mandato. E as ações que ele tem adotado não denotam nenhuma preocupação com a retomada da competitividade da atividade produtora do país. Você vê medidas agora para cobrir uma deficiência orçamentária, ou seja, o governo gastou mais do que podia ter gasto, e ao invés de rever os seus gastos e fazer uma reformulação administrativa, com redução do número de funcionários em cargos comissionados e de ministérios, que é o que encarece a máquina, ele busca compensar essa deficiência aumentando a carga tributária, aumentando a arrecadação, como se a arrecadação fosse o problema. O país não tem problema de arrecadação em nenhuma das três esferas do poder público. O que o país tem visto e tem sido comprovado é que o governo passa por uma deficiência de gestão desse dinheiro público. Então, essa é a grita. A economia do país cresce pouco, a atividade industrial, que nós representamos, definha, e você não vê medidas do governo para a melhoria de infraestrutura focando a melhoria da competitividade da indústria nacional.


O senhor diz que a indústria definha. Quais são os dados disponíveis sobre essa questão? 

A atividade industrial brasileira já chegou a ser 26,27% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, e hoje está entre 12% e 13%. A indústria do Amazonas tem duas questões: primeiro, que ela não se separa da indústria nacional. As indústrias instaladas aqui estão, na sua maioria, focadas em atender o mercado doméstico, o mercado brasileiro. Se o mercado vai mal, isso afeta a atividade da indústria. Mas nós passamos por alguns desafios nos últimos anos e superamos. O maior deles foi a prorrogação da Zona Franca de Manaus, que nos permite alavancar novos investimentos, sonhar com o crescimento. Mas esse sonho só se concretizará se nós tomarmos as medidas de correção necessárias para aquilo que nós temos hoje no Polo Industrial e que está calcado em dois grandes seguimentos – duas rodas e eletroeletrônicos. Isso é muito frágil. Precisamos garantir que isso se preserve, mas não podemos esperar que só isso venha sustentar a nossa economia nesses próximos 50 anos.



E quais seriam as medidas necessárias para mudar essa realidade?

Temos que diversificar a economia. Temos que desenvolver novas matrizes econômicas para o nosso Estado apoiadas no modelo zona franca. Temos que descentralizar essa riqueza que hoje está toda na capital, temos que deixar de ser tão dependentes, como somos hoje, das boas vontades de Brasília, e desenvolvermos no nosso Estado as novas matrizes econômicas, que estão calcadas nas riquezas que temos. Fala-se hoje na questão mineral do potássio, da silvinita e outras e temos que encontrar formas de viabilizar os investimentos e explorar esses insumos. Nós falamos dos insumos para a indústria de cosméticos e fármacos, falamos do turismo, da piscicultura e de uma infinidade de possibilidades que nos levará a desenvolver a atividade socioeconômica no interior do Estado, criando essa descentralização, e ao mesmo tempo reduzindo a nossa dependência do Polo Industrial de Manaus.


Mas isso depende de quem? É mais do governo federal ou do governo estadual?

Depende de vontade política. Nesse primeiro momento, parte do governo federal a questão da busca de competividade da indústria brasileira, para retomar o crescimento da produção e fomentar ainda mais a atividade industrial. Para isso, precisa de investimentos em infraestrutura, correção de desvio que ocorreram ao longo dos anos, como a alta carga tributária sobre a classe produtora, a legislação trabalhista que depõe contra – tudo o que você vê tem como mote, no discurso, melhorar a condição do trabalhador da indústria, mas se a indústria não existir não vai ter trabalhador. Então, temos que somar as inteligências para que a indústria se fortaleça e continue gerando empregos e esse trabalhador receba seus salários e todos os benefícios que a indústria oferece. Mas parece que existe uma miopia e as pessoas tendem a causar dificuldades. Esse é o primeiro momento.O segundo momento é uma combinação da vontade política estadual. Aí somos nós que devemos buscar as formas de atrair investimentos para explorar as riquezas que temos. Não precisamos de Brasília para isso; talvez precisemos com relação a algum marco legal, mas para desenvolver, não precisamos de Brasília. Precisamos ter vontade política local para que isso aconteça.


Enquanto o senhor está falando em aumentar a competividade, o governo fala em aumentar a taxa básica de juros. Isso não afeta ainda mais a indústria?

Mas é isso que eu falo. As medidas que o governo está tomando para corrigir o déficit que ele tem, afeta a economia, afeta o bolso da sociedade. Quem está pagando a diferença do que foi gasto e não deveria ter sido gasto é a sociedade. Não é o governo que está fazendo seus ajustes para reduzir suas despesas. É a mesma coisa que você desenvolver um produto e põe no seu orçamento: “eu quero fabricar um milhão desse produto, vender a R$ 100, faturar R$ 100 milhões, e quero ter de lucro 20%, ou seja, R$ 20 milhões. Você não consegue vender, o mercado não paga os R$ 100 no seu produto e ao invés de você reduzir o seu custo para reduzir o preço do produto, você aumenta o preço”. É isso que o governo está fazendo. Temos uma deficiência que é o custo que incide sobre a atividade produtora e sobre a sociedade como um todo. Isso é o que gera os recursos para o governo fazer o papel dele de exercer a sua autoridade na oferta de serviço público. O serviço público é ruim, deficiente, e não vemos investimentos para a correção dessas pendências que o governo tem para com a sociedade. E o pior: ao invés de ele reduzir os seus gastos, aumenta a arrecadação para poder continuar gastando.


Esta semana, um jornal local publicou o resultado de um levantamento sobre concentração de renda que aponta o Amazonas como um Estado com alto grau concentração.

Isso é uma bobagem. Falar que as pessoas daqui têm mais recursos do que São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília é uma falácia. Existem ainda muitos agentes da sociedade brasileira que não reconhecem a contribuição que o modelo zona franca dá ao país e procura encontrar formas de atacar a nossa região. Eu não levo nem em consideração esse tipo de coisa.


E qual é a contribuição que a indústria do Amazonas dá à sociedade brasileira?

Pra sociedade brasileira e amazonense. Para o nosso Estado, 92% da arrecadação de tributos advém da atividade do Polo Industrial de Manaus. A grande sustentação socioeconômica do Amazonas advém da atividade industrial. Fora isso, nós temos a contribuição com a Universidade do Estado do Amazonas, que é toda custeada com um percentual do faturamento das indústrias. Temos um fundo de fomento à interiorização, que também repassamos ao governo do Estado. Temos o MFPS, que é um fundo para desenvolvimento de micro e pequenas empresas, que também repassamos ao governo, como taxa. Temos para o governo federal a taxa da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), que nós repassamos e esse dinheiro não fica aqui. Fora isso, quando você olha para dentro das fábricas, além dos salários, além da alimentação e além do transporte que nós somos obrigados a fornecer por conta da deficiência do transporte público, oferecemos assistência médica diferenciada. Imagine se esses 120 mil trabalhadores da indústria e seus familiares fossem dependentes do serviço público de saúde, como ficaria? Nós oferecemos educação, bolsas de estudo para esse pessoal. Não é à toa que a nossa cidade saiu de cinco instituições de nível superior nos anos de 1990 para 27 agora. São particulares, não são públicas. Quem é que paga? É o funcionário, através das bolsas que as indústrias dão. Todo investimento em qualificação do trabalhador para melhorar a condição profissional dele no mercado de trabalho quem faz é a empresa, porque o ensino no nosso país é muito ruim. Você vê alunos hoje saindo da universidade sem a menor condição de agregar valor à sociedade. Por que isso? Porque reduziram o nível de ensino. Teve um momento que foi importante que precisava adensar o número de pessoas que ingressavam nas escolas, mas fizeram isso desrespeitando a qualidade de ensino e, principalmente, desvalorizando o educador. Isso nós estamos sentido agora, depois de 15 anos, você vê o baixo nível dos estudantes que pleiteiam uma vaga nas universidades. E os que entram também não têm condições de se formar de forma que venham a agregar valor social logo depois de formado. Estamos vivendo um momento de muita preocupação. Essas gerações não estão preparadas para ajudar o país a crescer.


No ano passado, o prefeito Arthur Virgílio Neto fez uma cobrança pública à indústria do Polo Industrial de Manaus para que ela investisse mais em filantropia e disse que as empresas ajudam pouco na solução dos problemas da cidade. Como o senhor recebeu aquela crítica?

Foi uma infelicidade do prefeito Arthur Neto, porque ele reconhece. Eu vou citar só algumas entidades que são mantidas pelas indústrias e com o voluntariado de pessoas que trabalham nessas indústrias. Temos a Casa Vhida, que cuida das crianças filhas de portadores do vírus HIV, toda ela custeada, administrada e mantida pelas indústrias e com voluntários que trabalham na indústria. Temos o GACC, Grupo de Apoio à Criança com Câncer, que é a mesma coisa. Temos a Apae, que também é mantida com repasses de trabalhos como a Barraca do Bixiga, que é filantrópico, e nós fazemos para ajudar essas entidades. Temos a Junior Achievement, um movimento que ajuda a fomentar a visão empreendedora das crianças e dos jovens, que toda ela é capitaneada e gerida por voluntários da indústria. Eu lembro do prefeito ter falado isso, mas ele falou num momento acho que de pressão, de tensão e ele foi infeliz.


O contingenciamento dos recursos da Suframa é um problema antigo, todo mundo reclama, mas ninguém resolve isso. Por que não se resolve?

Falta vontade política de se fazer e estão descumprindo a Constituição Federal. É uma taxa e toda taxa tem uma destinação específica. Esse recurso arrecadado pela Suframa através dessa taxa deveria estar sendo utilizado para que a Suframa exercesse papel desenvolvimentista para todos os Estados que ela tem abrangência. O governo federal tem arrestado esse dinheiro e colocado num fundão para ajudar no superávit primário. E a Suframa não tem recursos nem para se manter, muitas vezes, por conta disso.


Qual é o volume anual arrecado com essa taxa?

O governo cobra em torno de 1,9% de todo o faturamento do Polo Industrial de Manaus. Se o PIM fatura R$ 80 bilhões por ano, você põe aí, em média, 2%, estamos falando em R$ 400 milhões/ano que são repassados para a Suframa e que poderiam estar sendo utilizado na nossa região e não está sendo feito. Isso sem falar dos recursos de P&D [Pesquisa e Desenvolvimento], que também poderiam ficar aqui. São recursos que, conhecendo a realidade dos nossos Estados, estão fazendo muita falta e fariam uma diferença muito grande se fossem bem aplicados.


Os recursos de P&D arrecadados aqui estão sendo usados para custear um programa do governo federal, o Ciência Sem Fronteira. O senhor acha correta essa aplicação?

Esse é um recurso advindo de uma taxa que as indústrias de informática são obrigadas a recolher, de 5% do faturamento. E ele foi aplicado sim no Ciência Sem Fronteira. As indústrias repassam esse dinheiro e ele tem que ser aplicado em projetos que cumpram a legislação de Pesquisa e Desenvolvimento. Neste ano ou no ano que vem esse valor deve superar R$ 1 bilhão. Ora, se esse recurso é gerado aqui, deveria ser reutilizado aqui. É o nosso entendimento. Preferencialmente, que fosse reinvestido aqui. Não sou contra o programa Ciência Sem Fronteira, mas quem garante que esse repasse vai trazer benefícios para a nossa região? Aí que eu falo da contribuição que o Amazonas dá para o Estado brasileiro. Então, quem diz que o Amazonas é um paraíso fiscal, mente, porque não conhece a nossa realidade. Dos 27 entes federativos (26 Estados e o Distrito Federal), apenas oito devolvem ao governo federal em arrecadação de tributos mais do que o repasse compulsório que recebe. E o Amazonas é um desses oito. E se contarmos a taxa da Suframa e os recursos de P&D que não ficam aqui, a nossa contribuição é ainda maior.


Quando o senhor diz que falta vontade política para resolver essas questões, de quem seria a iniciativa?

Primeiro, é da classe política. E aí, nós como sociedade, temos que demandar. É isso que temos feito. Temos mostrado quais são os problemas que devem ser resolvidos para que o poder público possa fazer o papel dele. Muitos se queixam da qualidade da saúde pública, do transporte público, da segurança… Recursos não faltam. O governo federal tem batido recordes de arrecadação, mas gasta mal. E eu não digo que gasta mal por conta dos escândalos, que são bilionários. Gasta mal porque não tem foco, não tem um plano de governo, uma política industrial definida, que tenha um rumo traçado, um objetivo a ser atingido, e os recursos aportados de forma a viabilizar esse futuro. Tudo o que você vê de investimento é para cobrir um buraco, um déficit que já existe.


O senhor acha que a bancada do Amazonas no Congresso Nacional está preparada para liderar essa cobrança?

Eu acho que a pessoa que se candidata a representar um Estado, através de um cargo público, tem por obrigação conhecer a realidade desse Estado. Eu não posso ser descrente na classe política, mas o que nós rogamos é que a nossa bancada federal e a nossa representação estadual tenha as necessidades regionais como prioridade e não os objetivos pessoais e partidários. As eleições acabaram e nós precisamos colocar os pés no chão e traçarmos alguns rumos necessários para manter o crescimento da nossa região e para o país resgatar o crescimento que ele tem perdido.


A gente tem ouvido muita cobrança sobre a infraestrutura do Estado para a indústria. Isso também é um pleito antigo que não se resolve…

Muito antigo, e aí passa pela burocracia e pelo crivo do governo federal.


O que é preciso fazer hoje?

Nós temos que melhorar a logística. Precisamos de mais portos, e não é para armazenagem de carga, mas para termos celeridade e agilidade no acesso dos insumos e na saída de tudo o que se produz no Estado. Precisamos ter uma conexão com o país por terra para ampliar a concorrência do custo de logística e isso passa ou por uma ferrovia ou por uma rodovia. Essas duas soluções esbarram na questão ambiental, crivo do governo federal, que não permite que esses investimentos aconteçam. Não é culpa do governo do Estado. A questão energética. O país passa hoje se não pela pior crise, mas uma crise semelhante à que enfrentou em 2000-2001, com riscos de apagão de novo, por conta da deficiência das reservas hídricas e pela falta de investimento focado no crescimento do país.


Hoje essa questão energética já afeta a indústria no Amazonas?

Claro! Você não tem queda de energia elétrica na sua casa? Todo mundo sofre. Porque que as indústrias e pessoas em casa têm gerador de energia? Você acha que precisava desse custo a mais se o serviço público fosse honrado e prestado com dignidade? Nós já pagamos esse custo. E pagamos o preço da energia altíssimo no Estado e de péssima qualidade na distribuição. Onde estão os investimentos para corrigir. Agora vêm falar que ninguém sabia que o país iria crescer; que ninguém sabia que teríamos necessidade de maior geração de energia; que ninguém sabia que já tínhamos problemas para corrigir nas reservas hídricas no sudeste do país. Hoje você vê o sudeste com risco de racionamento de água e vê o país com risco de racionamento de energia de novo, porque não foram feitos os investimentos necessários para permitir a continuidade do crescimento econômico.


Qual a sua posição em relação ao imbróglio da construção do Porto das Lajes?

É uma questão puramente burocrática e falta de vontade política de se resolver. Ninguém aqui, principalmente nós, desrespeitamos a natureza, as questões ambientais. Mas temos que entender que o indivíduo é a prioridade. E os nossos rios são hoje a melhor forma de gerar riquezas e escoar as riquezas do nosso Estado. Nós precisamos de mais portos. Mas quando falo mais portos, é, de novo, para que aconteça maior concorrência, para que aja maior agilidade para a nossa economia. Hoje, estamos reféns de dois portos. Não temos um porto público na cidade de Manaus. Temos dois portos privados que praticamente é um duopólio dessa atividade, e têm uma atividade cara hoje, que encarece muito para a indústria. Essa questão do Porto das Lajes é um grande exemplo de como o país demora a resolver seus problemas. Esbarra na burocracia e inverdades que foram colocadas e quem sofre com isso é a atividade produtora.


Hoje a logística de portos no Brasil custa quase o dobre do que em países como Estados Unidos. No Amazonas é ainda mais cara que no resto do país?

Sim, no Amazonas é mais caro. Para você ter uma ideia, um container para sair da China e chegar a Manaus custa o mesmo preço de um container sair de Manaus e chegar em Santos (SP). A nossa logística é mais cara por conta disso. Nós temos uma atividade que está privatizada hoje e as empresas praticam os preços que querem.


O Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) é uma preocupação da indústria?

Nós precisamos de um agente que nos viabilize desenvolver essas novas matrizes que eu citei anteriormente, que são oriundas da nossa região e da nossa floresta. Hoje, se você colocar essa questão na pauta, a primeira reação dos ambientalistas e do mundo é que a floresta precisa ser preservada. Mas nós precisamos desenvolver novos modelos econômicos. Como é que a gente consegue desenvolver essas atividades com as riquezas que temos na nossa floresta com compensação? Porque vai ter agressão [ao meio ambiente]; nós vamos precisar abrir um pouco dessa mata para o potássio e a silvinita, por exemplo. Nós precisamos de inteligência para desenvolvermos essas soluções. Precisamos de um órgão para desenvolver essas soluções, e o CBA poderia ser essa instituição. O CBA já está aí há 13 anos e foi mais um caso de desmando do dinheiro público. Como é que você faz um investimento em uma edificação como aquela, contrata pessoas com um propósito (muitas delas já abandonaram porque viram que seus propósitos não foram atendidos) e nada se faz? Esbarra em briga de dois ou três ministérios a respeito de quem é a responsabilidade. Qual é a personalidade jurídica que o CBA tem hoje? Se não for o CBA ou quiserem dar outro nome, que seja, mas precisamos de um órgão que nos ajude a desenvolver essas matrizes.


O senhor fez, no início deste ano, um alerta sobre a prorrogação da Zona Franca e os riscos de ele se tornar para o Estado o que foi o prometido legado da Copa do Mundo. Qual é a preocupação em relação a esse tema?

Primeiro que eu sou um apaixonado por futebol. Mas o que eu disse é que todo mundo viveu aquela euforia quando o país foi escolhido para sediar a Copa do Mundo. Parte porque estaríamos recebendo a Copa do Mundo, mas parte também pelo que se vendeu para a sociedade, que seriam os legados que a Copa deixaria. Os investimentos necessários naquela época e oferecidos pelo governo brasileiro, principalmente para as cidades sedes, viabilizariam a melhoria da mobilidade urbana, dos serviços de saúde, dos aeroportos; a melhoria dos portos para receber também os turistas que para cá vieram. Isso foi em 2007 e a Copa aconteceu em 2014. Ao final, o que vimos foi que de legado nada daquilo que tinha sido prometido ficou. Eu faço esse comparativo com o advento da Zona Franca de Manaus prorrogado e toda a euforia que se criou por conta dessa prorrogação. Não podemos deixar que aconteça o que aconteceu com a Copa do Mundo. Temos que começar a fazer aquilo que precisa ser feito para que essa prorrogação realmente nos permita deixar de sermos tão reféns como somos de Brasília, daquilo que se faz no Polo Industrial de Manaus.

  Entrevista concedida ao jornalista Valmir Lima

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Jogos de futebol das Olimpíadas também em Manaus

O governo do Amazonas e a prefeitura de Manaus estão juntos, pleiteando, com justiça, méritos e sobretudo bons argumentos, a realização em Manaus de jogos de futebol das Olimpíadas de 2016. A luta é grande e os obstáculos estão sendo removidos com êxito. Quem também participa dos esforços, da corrente do bem, para que Manaus seja escolhida como sub-sede dos jogos de futebol é o presidente da Confederação Sul-Americana de Atletismo, Roberto Gesta, de quem recebi informaçõe e esclarecimentos exclusivos sobre o assunto. 

Prezado Vicente :
Sabendo do interesse do Governador José Melo e do Prefeito Arthur Virgílio Neto em trazer jogos de futebol válidos pela Olimpíada RIO 2016 para Manaus, coloquei-me à disposição deles para fazer contatos com autoridades desportivas influentes que já conhecessem a realidade de Manaus e entendessem a importância de agregar aos aros olímpicos a marca "Amazônia", de valor inestimável no âmbito mundial.
Inicialmente, aproveitando a vinda à cidade, para o Congresso da Confederação Sul-Americana de Atletismo, de alguns dos mais destacados atletas e dirigentes internacionais, que aqui já haviam estado anteriormente, convidei-os para visitar a Arena da Amazônia, junto com as autoridades locais, de modo a que 'in loco" percebessem a grandiosidade de nossa praça de esporte e das instalações complementares, que permitem levar a efeito quaisquer eventos de alto nível.
Entre eles, estavam Sergey Bubka, 35 vezes recordista do mundo do salto com vara, Presidente do Comitê Olímpico Ucraniano, membro do COI e membro da Comissão de Avaliação RIO 2016; Sebastian Coe, recordista mundial dos 800m, 1.000m, 1.500m e da Milha, Presidente do Comitê Olímpico Britânico e do Comitê de Organização dos Jogos Olímpicos de Londres; e Lamine Diack, Presidente da Federação Internacional de Atletismo e membro do COI.
Como era de se esperar, todos ficaram encantados com a grandiosidade da Arena e referendaram as suas excepcionais condições.
Ontem, dia 21, no Rio, e encontrei-me com o Dr. Carlos Arthur Nuzman, Presidente do COB e do Comitê de Organização RIO 2016; o General Marco Aurélio Vieira, Diretor Executivo de Operações RIO 2016; e com o Professor Agberto Guimarães, Diretor Técnico dos Jogos do Rio. Eles externaram-me a sua convicção de que Manaus atende a todos os requisitos para sediar jogos de futebol do magno evento.
Posteriormente, assisti à entrevista do Secretário-Geral da FIFA sobre o futebol nos Jogos Olímpicos, com algumas restrições totalmente improcedentes sobre a cidade de Manaus.
Primeiro, a assertiva de que desportistas das mais diversas modalidades deveriam viver um clima de confraternização na Vila dos Atletas no Rio, o que não ocorreria se algumas partidas fossem disputadas em Manaus, é totalmente ilógica. Na primeira fase do futebol, quer seja em Manaus, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador etc. os jogadores estarão fora do Rio. Assim, o argumento contra Manaus é ridículo, pois esse fato acontecerá em qualquer outra cidade.
Segundo, a colocação de que, ao contrário da Copa do Mundo, o futebol deveria ser levado a efeito em cidades mais próximas do Rio não se sustenta. Por desconhecimento total de acontecimentos anteriores, o Secretário-Geral não sabe que, quando da vitória do Rio em Copenhague, o argumento mais forte em favor do Rio foi o de que o evento seria não apenas da cidade, mas do Brasil e da América do Sul. Desta forma se pronunciaram o Presidente Lula e o Presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.
Ademais, na edição imediatamente anterior dos Jogos, em Londres 2012, foram utilizadas 6 cidades para o futebol, duas delas inclusive fora da Inglaterra, na Escócia e no País de Gales. Os Jogos foram, por via de consequência, não apenas de Londres ou da Inglaterra, mas da Grã-Bretanha.
Ora, o futebol em 2016 está programado para Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Salvador. Com a necessidade de nova sub-sede a escolha óbvia é Manaus, que demonstrou capacidade exemplar na Copa do Mundo, com rasgados elogios da própria FIFA. A Amazônia, mais do que nunca, é um dos destinos turísticos mais atraentes do planeta e está presente no imaginário das pessoas em todo o mundo. Com isso, quase todo o Brasil estaria representado, em sua notável diversidade cultural. E se os Jogos também deveriam ser, de certa forma, também da América do Sul, que tal considerarmos a proximidade de Manaus com a Colômbia, Venezuela, Suriname, Guiana, Guiana Francesa, Equador, Peru, Bolívia ?
A FIFA deveria ser a primeira Entidade a defender Manaus, até pelo discurso do legado da Copa do Mundo. Se os Jogos forem estendidos para Manaus, quem ganha é o Comitê Olímpico internacional.

Somos a melhor opção, sem qualquer dúvida.

Um abraço.
Roberto  

Opiniões de verdadeiros patriotas sobre o novo Comandante do Exército

General- de- Exército Claudio Figueiredo, antigo comandante militar da Amazônia e ex-comandante do  General Villas Bôas na Amazônia:

"Muito boa  escolha. Conhece os problemas do  Exército. Guerreiro de selva entusiasmado pela  Amazônia. Pode e deve solucionar os problemas do Exército que estão na sua área de competência. Desejo continuado êxito na nova comissão." 

Coronel de infantaria com curso de Comando e  Estado MARIO HECKSHER:

"CONHEÇO BEM O NOVO COMANDANTE DO EXÉRCITO. FIZEMOS SÓLIDA AMIZADE QUANDO TRABALHAMOS JUNTOS COMO INSTRUTORES NO CURSO DE INFANTARIA DA AMAN. TRATA-SE DE UM MILITAR MUITO COMPETENTE, COM ELEVADA CAPACIDADE DE LIDERANÇA E QUE CONHECE A FUNDO OS PROBLEMAS DO EXÉRCITO. PARALELAMENTE, É UMA PESSOA "DO BEM": PAI DE FAMÍLIA EXEMPLAR, EXTREMAMENTE HONESTO E TRABALHADOR. PRECISAMOS AJUDÁ-LO NESTA DIFÍCIL SITUAÇÃO QUE O BRASIL ATRAVESSA."

 Coronel Forças Especiais Diógenes:
"Muito boa escolha . Guerreiro de selva, estudioso da Amazônia, conhece bem o arco fronteiriço, gestor atualizado com grande capacidade de ouvir. Tem tudo para amenizar os problemas nas variáveis que o EB controla. Servi com ele no QG do Comando Militar da Amazônia.   Rogo pelo sucesso dele e do Exército."

Os  três militares estão na reserva

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Ação contra Renan é ridicula

Algumas noticias publicadas na imprensa são patéticas, ridículas e hilárias. Forte exemplo de uma delas: o Ministério Público Federal pede ação contra o senador Renan Calheiros por usar avião da FAB, em 2013. Na época, Calheiros devolveu o dinheiro correspondente ao vôo que realizou. O MPF deve pautar suas ações com isenção e seriedade, e não com pantomimas, sob pena de virar piada indecorosa e sem graça. Francamente.